O país apresenta quadro de forte perseguição e constantes ataques contra cristãos. O extremismo religioso é a principal causa deste aumento
Fonte: Portas Abertas
Os cristãos da República Democrática do Congo estão enfrentando forte perseguição, que aumentou muito durante este ano. Para se ter uma ideia, em um trismestre, mais de 170 cristãos foram mortos por ataques de grupos extremistas islmâmicos.
A Portas Abertas contabilizou a morte de 66 cristãos em maio, 55 em junho e 21 em julho. Mas o número pode ser maior no trimestre e chegar a 170 vítimas fatais.
De acordo com o relatório do Escritório Conjunto de Direitos Humanos da ONU (UNJHRO, sigla em inglês), 800 civis foram assassinados nos últimos 18 meses, na província de Kivu do Norte. As ações dos extremistas alcançaram a região de Ituri e demais áreas como as vilas de Mighende, Mitembo, Kabugeja, Mugwanga e Abalago.
Em 28 de outubro, um ataque de supostos membros das Aliança das Forças Democráticas (ADF-NALU, da sigla em inglês) deixou 18 mortos e uma igreja foi incendiada na vila de Baeti. Dois dias depois, outro combate, dessa vez na aldeia Lisasa, resultou em 21 mortes, sendo 18 de mulheres. Além da igreja, os agressores destruíram várias casas e uma clínica.
Há muitos grupos rebeldes ativos na República Democrática do Congo e a maioria visa aldeias pacíficas. A ADF, no entanto, se diferencia pela força expansionista islâmica. O grupo radical queria tomar o poder do governo em Uganda, dominado pelos cristãos, mas foi expulso do país nos anos 1980 e se instalou na República Democrática do Congo. Desde então, se estabeleceu na província de Kivu do Norte. O grupo evita cidades lotadas, mas tem controle quase total sobre vastas áreas, onde a maioria das pessoas são cristãs.
Os membros da ADF realizam ataques brutais com facões e armamento pesado, esvaziando as aldeias e fazendo com que os moradores fujam para áreas mais seguras perto das cidades. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a ADF matou mais de 1.000 pessoas desde o início de 2019, apesar das campanhas militares para combater os jihadistas.
Lista da Observação de Perseguição
O Congo ocupa o 57º lugar na Lista de Países em Observação. O ranking é uma continuidade da Lista Mundial da Perseguição, que classifica os países que mais perseguem cristãos no mundo, publicada anualmente pela Portas Abertas.
Vários fatores colocam o país em observação e faz com a organização apoie os projetos de parceiros locais. O islamismo extremista, a corrupção dos setores públicos e privados, perseguição por parte de etnias que não aceitam a conversão ao cristianismo, e regimes ditatoriais que há anos se arrastam pelo país são as principais fontes de perseguição aos cristãos congoleses.
Violência contra cristãos:
No período de avaliação e pesquisa da LMP – 1 de novembro de 2018 a 31 de outubro de 2019 – foram registradas centenas de ações violentas contra cristãos:
- Cristãos mortos: mais de 150 cristãos foram mortos. Os principais responsáveis foram militantes da ADF-NALU atacando predominantemente vilas cristãs.
- Cristãos atacados: mais de 1,5 mil cristãos e vilas foram atacados por militantes da ADF-NALU. Muitos tiveram que fugir de suas casas e buscar refúgio em igrejas locais. Embora alguns relatórios tentem relatar esses casos como “civis mortos”, a realidade é que as vítimas são na maioria civis cristãos.
- Igrejas atacadas: no mínimo dez igrejas foram atacadas por grupos militantes na parte oriental do país. Como os ataques sempre são inesperados, cristãos se acham encurralados em prédios de igrejas e são mortos ou feridos como resultado.
- Casas ou lojas de cristãos atacadas: centenas de lojas ou propriedades de cristãos foram alvo de militantes na parte oriental da RDC onde a ADF-NALU está ativa. Muitos cristãos tiveram que fugir de suas casas e procurar abrigo em igrejas e outros lugares.
Ore pelos cristãos perseguidos do Congo
- Apresente a Deus os cristãos expostos à violência de grupos militantes islâmicos, como a ADF.
- Peça a Deus que os cristãos refugiados voltem para suas casas em segurança ou consigam um novo lar.
- Interceda em favor de todos os que perderam familiares e entes queridos em ataques de grupos militantes.