O reconhecimento de igrejas cristãs gera tensão com a população muçulmana no país
Fonte: Portas Abertas
Hoje, 28 de fevereiro, a República Árabe do Egito completa 100 anos de independência. A declaração unilateral de independência egípcia foi emitida pelo governo do Reino Unido, da Grã-Bretanha e Irlanda em 28 de fevereiro de 1922. Por meio dessa declaração, o governo britânico encerrou unilateralmente seu protetorado sobre o Egito e concedeu independência nominal, com exceção de quatro áreas: relações exteriores, comunicações, militares e o Sudão Anglo-Egípcio.
O país é uma república com um sistema semipresencial. Na teoria, o Egito é uma democracia. Na prática, desde que o rei Farouk foi deposto em 1952, os poderes do parlamento sempre foram fracos e o presidente governa sozinho.
Apesar de o atual presidente al-Sisi falar positivamente sobre a comunidade cristã do Egito, a falta de aplicação séria da lei e a falta de vontade das autoridades locais em proteger os cristãos os deixam vulneráveis a todos os tipos de ataques, especialmente no Alto Egito. Além disso, devido à natureza ditatorial do regime, é inútil que os líderes da igreja ou outros cristãos se manifestem contra essas práticas.
Os cristãos de origem muçulmana têm grandes dificuldades em viver a fé, pois enfrentam enorme pressão da família para retornar ao islamismo. O Estado também impossibilita que eles obtenham qualquer reconhecimento oficial de sua conversão. A legalização de igrejas sob a lei de construção de igrejas de 2016 continua. Dos 5.540 pedidos, apenas 1.800 igrejas receberam registro oficial, e muitas outras ainda estão esperando. O reconhecimento oficial das igrejas muitas vezes leva a episódios de tensão com a população muçulmana local.
Apesar de abalada por séculos de dura perseguição, a igreja no Egito ainda permanece firme resplandecendo o amor e a misericórdia de Jesus em um país que nem sempre a acolhe. Conheça a história de um cristão local, Boutros, para inspirar sua fé.
A cruz está em meu coração
Parceiros locais da Portas Abertas conheceram Boutros em uma igreja copta no Egito. Enquanto ele varria o chão da igreja e visitantes passavam, ele dizia, com os olhos brilhando: “Jesus é Rei!”. Ele mostrou com orgulho a cruz que tem tatuada no pulso.
Muitos cristãos egípcios, incluindo crianças, possuem uma pequena cruz tatuada no pulso ou na mão. É uma tradição que remonta a tempos de perseguição extremamente alta: uma criança cujos pais foram martirizados sempre se lembraria de que era cristã por causa da tatuagem da cruz.
Boutros agradece a Deus por ser cristão. Ele reconhece que, por ser cristão, ele é filho de Deus, sendo assim, filho de um rei. Para ele, a tatuagem é importante porque o faz lembrar do amor de Jesus. “Sou filho de um rei, e o mais importante não é a cruz em meu pulso, é a cruz em meu coração”.
Boutros está muito ciente da inimizade demonstrada para com os cristãos no Egito. Mas nem isso tira o entusiasmo que ele tem por Jesus. Quando alguém o questiona se ele é cristão, ele prontamente responde que sim. Ele diz que negar a religião significa negar a Cristo, e não há nada que ele tenha fora da fé em Cristo. “O que você pode encontrar fora da fé cristã? Não há nada fora de Cristo!”, afirma o cristão.
Acompanhe na notícia de hoje à tarde mais testemunhos de cristãos que têm perseverado no Egito.