Timothy e Esten Ciboro foram condenados à prisão perpétua nos EUA, por terem abusado sexualmente de pelo menos três menores de idade, incluindo a própria filha de um deles.

Timothy e Esten Ciboro, pai e filho, que foram acusados de abusar sexualmente de crianças e mantiveram uma menina algemada em um porão, tentaram usar a Bíblia para se justificarem durante o seu julgamento na semana passada.

Mas seus esforços fracassaram na última sexta-feira (27), quando uma juíza de Ohio os repreendeu por suas estratégias de argumentação e os sentenciou à prisão perpétua.

“A tortura, o terror e os abusos sexuais que vocês infligiram a essas crianças é repugnante”, disse Linda Jennings, juíza das Províncias Comuns do Condado de Lucas (Ohio), a ambos os réus. “O que é mais repugnante é o fato de que vocês distorceram a Palavra de Deus para o justificar o seu próprio mal”.

Antes do início do julgamento, pai e filho fizeram o pedido incomum de ter acesso à Bíblia. Eles planejavam citar passagens bíblicas, enquanto se defendiam diante do júri. Esten Ciboro chamou a Bíblia de “o único livro de leis que importa”, segundo relatou o jornal ‘Toledo Blade’.

Os réus, que são da cidade de Toledo (Ohio) foram acusados ​​de diversos crimes, envolvendo sequestro e ameaçar a vida de crianças. Eles foram condenados por todas as acusações feitas e receberam sua sentença na última sexta-feira, após cinco dias de julgamento com júri.

Os homens foram presos em maio, depois que a enteada de Timothy Ciboro, de apenas 13 anos de idade, conseguiu escapar de um porão enquanto seus agressores estavam ausentes. Os promotores disseram que os réus abusaram da menina durante cerca de três anos (de 2012 a 2015). Timothy Ciboro também estuprou a irmã mais nova da adolescente – sua própria filha – durante o mesmo período.

A menina, sua irmã mais nova e um garoto de 11 anos testemunharam durante o julgamento. Todos foram interrogados pelos réus, que optaram por agir como seus próprios advogados.

Na última terça-feira (24), em um ponto de seu depoimento, a enteada de Timothy (que agora tem 14 anos de idade) pediu a ele que parasse se disse a Timothy Ciboro para parar de referir-se a ele mesmo como seu pai.

“Você não me tratou como um pai”, disse ela ao padrasto, de acordo com a Associated Press.

“Você acha que eu gostava de ‘punir’ você?”, questionou o réu.

“Eu diria que do toque sexual você gostava”, ela respondeu.

Esten (esquerda) e Timothy Ciboro (direita) foram acusados e condenados pelo abuso sexual de menores. Ambos tentaram recorrer à Bíblia, como o “único livro de leis que importa”. (Foto: Toledo Blade)

O garoto de 11 anos, que também estava morando o abusadores, disse que Timothy Ciboro o molestara e não mediu palavras quando foi chamado para depor.

Quando Timothy Ciboro lhe perguntou por que a menina de 14 anos estava algemada no porão, ele disse, de acordo com o jornal ‘Toledo Blade’: “Porque vocês acharam que aquilo tinha que acontecer”.

Quando lhe perguntaram se era verdade que a garota estava algemada por uma punição após ter roubado, o garoto respondeu: “Ela até roubaria coisas, porque você nunca a alimentou”.

A irmã mais nova da menina testemunhou que ela foi forçada a se deitar com seu próprio pai e com Esten Ciboro, seu meio-irmão, todas as noites. Ela disse que foi forçada a fazer sexo oral com os dois homens e que seu pai a forçou a ter relações sexuais com ele.

A garota de 14 anos disse à polícia que ela foi mantida no porão por longos períodos, foi alimentada com sobras de comida já estragada e foi forçada a urinar em um balde com amônia.

“Ela comeu aveia seca, macarrão cru e legumes frios enlatados”, disse Jennifer Reed, procuradora assistente do condado, durante seus argumentos finais, de acordo com a afiliada da NBC, ‘WNWO’. “Eles colocaram esta criança repetidamente no porão, prendendo-a com correntes”.

Esten Ciboro disse ao júri durante seus argumentos de encerramento que não havia evidência de que ele e seu pai tivessem cometido os crimes e que as vítimas fossem simplesmente alimentadas com informações.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO WASHINGTON POST