‘Há pessoas no escuro, com fome e sede, nesses lugares só Deus pode chegar’, disse o casal.
FONTE: GUIAME, CRIS BELONIATUALIZADO: SEXTA-FEIRA, 10 DE FEVEREIRO DE 2023 12:24
Depois do forte terremoto que já deixou mais de 21.000 mortos e pelo menos 78.000 feridos na Turquia e na Síria, os esforços de resgate seguem com a ajuda da comunidade global e dos missionários presentes nas regiões afetadas.
“Estamos reunindo forças para levar ajuda às pessoas. Nos sentimos formiguinhas diante da enorme tragédia, mas sabemos que o nosso pouco é necessário nesse momento”, disse a missionária Flávia Azevedo que mora em Istambul, na Turquia, há 8 anos.
Em entrevista exclusiva ao Guiame, ela compartilhou que está viajando para Malatya, umas das 10 cidades gravemente afetadas pelo terremoto na Turquia: “Escolhemos esta cidade por ser umas das menores e, portanto, onde o socorro demora mais a chegar”.
‘Há pessoas em lugares onde só Deus pode chegar’
De acordo com a missionária, Deus tem movido seu coração para orar de uma forma diferenciada.
“Sabemos que há pessoas ainda vivas e presas aos escombros, então oramos para que Jesus se manifeste a elas, pois não há outra forma de levar salvação no momento”, considerou.
“Sabemos que Deus é poderoso para fazer isso, Ele pode chegar onde ninguém mais pode”, continuou Flávia que já é cidadã turca-brasileira e teve seu nome mudado no país para Elif İbrahimoğlu.
Seu marido, o pastor Roberto Azevedo também teve o nome alterado para Mustafa İbrahimoğlu. O casal foi enviado pela Igreja Universal brasileira para fazer missões na Turquia.
“Aqui é um país onde o cristianismo encontra grandes desafios. Temos que ter coragem para falar de Jesus às pessoas, pois 98% são muçulmanas”, explicou.
Flávia e Roberto Azevedo, missionários na Turquia. (Foto: Arquivo pessoal)
‘Uma alma vale muito’
Flávia e seu marido se preparam para ir à Malatya, onde a temperatura chega em média a 6 graus negativos: “Compramos vários cobertores e outros itens para levar durante nossa viagem de carro. Vamos levar umas 8 horas para chegar até lá”.
Além dos cobertores para ajudar a aquecer as pessoas, a missionária disse que está levando vários livros e Bíblias em turco. “Vamos ajudar aqueles que estão expostos ao frio congelante, mas também queremos salvar almas”, destacou.
“Esse terremoto nos faz refletir que a morte chega para todos, então vamos lá falar de Jesus e a eternidade. Se a gente salvar pelo menos uma pessoa já vai valer a pena porque uma alma vale muito”, continuou.
‘Além do abraço e do consolo’
O casal de missionários reconhece que há um limite para a ajuda que vão prestar no momento.
“Sabemos que não será possível alcançar as pessoas que estão presas aos escombros. Não poderemos abraçá-las e não haverá como levar consolo, por isso, nesse momento, só podemos crer no poder da oração. Vamos colocar nossa fé em ação”, compartilhou.
Flávia e Roberto Azevedo, missionários na Turquia. (Foto: Arquivo pessoal)
‘Cremos que haverá grandes testemunhos’
É certo que nem todos vão sobreviver, mas muitos que estão sendo retirados dos escombros, foram socorridos e estão vivos.
“Eu creio que Jesus vai se manifestar a essas pessoas que estão no escuro, com fome e com sede. E quando elas forem resgatadas poderão contar sobre a experiência sobrenatural que viveram”, Flávia acredita.
“E assim, cremos que haverá grandes testemunhos”, continuou a missionária ao revelar que os casos de crianças salvas são os que mais aquecem seu coração.
Ela citou o caso do menino Mohammed, de 2 anos, resgatado 44 horas após o terremoto: “Ele estava bebendo água numa tampinha de garrafa, dada pelos voluntários do resgate. Mesmo com medo, ele ainda deu um sorriso”, ela disse emocionada.
“Por favor, orem por nós aqui na Turquia, estamos fazendo a obra de Deus neste lugar. Já era difícil por conta do contexto muçulmano, mas depois desse terremoto teremos outros obstáculos. Intercedam por nós”, ela pediu ao concluir.