Em uma análise da nova composição da Câmara, os cientistas políticos Timothy Power e César Zucco dividiram as cadeiras dos parlamentares nas categorias “Direita”, “Centro” e “Esquerda”.
Os dados mostram que os partidos de direita, que defendem ideologias mais conservadoras, vêm ganhando força nas últimas legislaturas. Em 2010, a direita era representada por 190 parlamentares. Em 2014, esse número subiu para 238 deputados.
Já em 2018, entre 513 deputados federais eleitos, a direita será representada por 301 parlamentares. Isso significa que 58% da Câmara é composta por deputados conservadores.
Enquanto isso, os partidos de centro viram sua representação cair de 137 para apenas 75 deputados. As agremiações de esquerda, por sua vez, mantiveram a mesma representatividade da última eleição, chegando a 137 cadeiras.
A taxa de renovação foi de 53%, em relação a 47% nas eleições de 2014. Grande parte dessa renovação é representada pelo crescimento do Partido Social Liberal (PSL), do candidato à presidência Jair Bolsonaro, que saltou de um para 52 deputados federais.
Partidos tradicionais e de centro, como o MDB e o PSDB, perderam, respectivamente, 31 e 25 cadeiras. Partidos de direita com menos de 2% das cadeiras, como o PSL e o PRB, elegeram 95 deputados.
“Há muitos policiais (…) e também muitos representantes de igrejas evangélicas. Seguramente será o Congresso mais conservador de todos os tempos”, disse à BBC o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Análise Parlamentar (DIAP).
Entre os candidatos mais bem votados em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os três maiores colégios eleitorais do Brasil, estiveram aqueles com forte discurso contra a criminalidade e a corrupção e a favor da defesa de valores morais tradicionais.
A bancada evangélica, composta por 84 parlamentares, deve aumentar o seu protagonismo no novo Congresso. A frente já identificou 87 deputados e senadores ligados a igrejas evangélicas, mas pode ver seu número aumentar com a identificação dos novos congressistas.
Os evangélicos também contam com apoio de outros grupos conservadores, como católicos e grupos de direita não liberal nos costumes. Segundo o site Congresso em Foco, a expectativa dos deputados é que a rede da “bancada da família” possa chegar a 180 congressistas.
Fonte: Guia-me