Um grupo terrorista que têm como alvo os cristãos realizou violentos combates nas Filipinas. Um líder muçulmano abriu sua casa para proteger os cristãos.

Um muçulmano tem sido aclamado como herói depois de esconder 64 cristãos para protegê-los militantes islâmicos na ilha de Mindanau, nas Filipinas.

Homens do grupo Maute, que se denomina ser o Estado Islâmico da província Lanao del Sur e têm como alvo os cristãos, invadiram a cidade de Marawi na semana passada e promoveram violentos combates contra o exército filipino.

Diante da onda de terrorismo, o político e líder muçulmano Norodin Alonto Lucman abriu sua casa para cerca de 71 pessoas, incluindo 64 cristãos. “Eles não podiam deixar a cidade, então eu tive que assumir a responsabilidade de protegê-los”, disse ele ao site britânico The Independent.

“Nos dias seguintes, outros trabalhadores cristãos se refugiaram em minha casa. Havia cerca de 64 deles em minhas mãos e eu estava muito determinado para que nada acontece com eles”, Lucman acrescentou, afirmando que os militantes os atacariam “sobre o meu cadáver”.

Mais tarde, Lucman conseguiu conduzir o grupo de cristãos em segurança para fora da cidade, agitando bandeiras brancas. Quando os militantes pararam o grupo e perguntou se eles eram cristãos, eles responderam com “Allahu akbar” — um grito de guerra muçulmano — e foram autorizados a sair.

Lucman descreveu a cena de devastação que ele se deparou centro da cidade: as ruas estavam repletas de cadáveres em decomposição. “Eu quase vomitei enquanto estávamos andando”, disse ele, estimando que havia mais de mil mortos.

Estimativas oficiais do governo afirmam que o número de mortos é de 120 terroristas, 38 militares e 20 civis.

Os militantes do Maute planejam criar seu próprio enclave islâmico nas Filipinas, segundo revelaram as autoridades após a publicação de um vídeo que mostra seus líderes em uma reunião de estratégia secreta.

Embora 90% dos filipinos se identifiquem como cristãos, a ilha de Mindanau é composta por uma maioria muçulmana e há anos tem sido alvo de insurgentes islâmicos.

O presidente filipino Rodrigo Duterte, que já foi prefeito da cidade de Davao na ilha, declarou a lei marcial e enviou o exército para retomar a liderança da cidade.

Cerca de 90% da população, o que representa 180 mil pessoas, já fugiram do conflito, mas alguns não têm conseguido escapar.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE THE INDEPENDENT