Imigrantes ouvem pela primeira vez sobre o cristianismo

por Jarbas Aragão

 

Para os céticos, é conveniência, enquanto para os cristãos, trata-se de um avivamento. O fato é que milhares de refugiados muçulmanos estão encontrando Jesus na Europa. Em algumas regiões, hoje eles estão enchendo igrejas que estavam praticamente abandonadas.

Nos primeiros meses da crise migratória europeia, relatos davam conta que os batismos e a “nova fé” seriam apenas uma estratégia para melhorar a chance de obterem asilo. Afinal, o fato de serem islâmicos lançava sobre eles olhares de desconfianças, como se fossem todos terroristas em potencial.

Contudo, passou a ser muito perigoso para aqueles que abraçam o Evangelho voltarem à sua terra natal, onde abandonar o islã podem resultar em pena de morte. Essa é uma possibilidade real para alguns, caso tenham seus pedidos de asilo negados. Mesmo assim, isso não os desanima.

Pastores da Igreja Evangélica Luterana na Alemanha consideram esse movimento “um presente de Deus”. Um deles conta que sua pequena comunidade em Berlim possui agora 1.200 ex-muçulmanos, principalmente afegãos e iranianos. Os novos convertidos passaram a lotar os cultos nos últimos três anos.

Em Hamburgo, recentemente o canal de televisão ARD exibiu nacionalmente uma fila de paquistaneses e afegãos esperando para serem batizados. Foram mais de 600 pessoas recebidas na congregação cristã local após o testemunho de fé.

Segundo o pastor Gottfried Martens, quanto maior é o debate sobre o fundamentalismo e o jihadismo na mídia, mais aumenta o interesse de jovens muçulmanos pela religião cristã. Para evitar a perseguição daqueles que permanecem fiéis a Maomé, a maioria das igrejas mantém sigilo sobre o nome dos convertidos. Porém o batismo, o marco do processo de conversão, sempre é aberto ao público.

Não há estatísticas confiáveis, mas a julgar pelos relatórios dos diferentes meios de comunicação, são milhares, talvez até mesmo dezenas de milhares de pessoas que passaram a seguir Jesus Cristo após saírem de sua terra natal. Para muitos deles, foi a primeira vez que ouviram o evangelho na vida.

Uma jovem convertida iraniana chamada Shima disse à revista alemã Stern: “Eu procurei paz e felicidade durante toda a minha vida, mas no Islã eu não a encontrei”. O casal de jovens Mehdi e Solmaz afirma que a percepção de Deus mudou radicalmente. “No Islã, sempre vivi com medo: de Deus, do pecado e da punição. Mas Cristo é um Deus de amor”, sublinham.

Segundo a reportagem da Stern, somente o pastor Albert Babajan batizou 196 muçulmanos em 2016 e espera que esse número aumente para 500 até o final do ano.

O pastor Gerhard Scholte, da Igreja Reformada Keizersgracht, em Amsterdã, Holanda, trabalha com os refugiados desde o início dos anos 1980. Conta que sua igreja possui uma longa tradição de salvar vidas. “Ajudamos os judeus na Segunda Guerra Mundial”, lembra.

Para ele, “A fé não deve ser condicionada”. Explica que ninguém que procura ajuda da sua paróquia é forçado a se converter. Os que decidem fazê-lo é por que estão genuinamente interessados no cristianismo.

Muitas comunidades evangélicas na Holanda e em outros países do Norte da Europa estão fazendo o trabalho de evangelização enquanto oferecem assistência material aos refugiados.

O pastor Ab Meerbeek disse ao jornal nacional Trouw que Igreja Evangélica Nova Vida, liderada por ele, recebeu dezenas de novos convertidos no último ano. A maioria são provenientes do Irã e Afeganistão. Para facilitar o contato, os sermões são traduzidos para o persa. “Eles foram tocados pela palavra de Deus durante as reuniões de oração”, relata.

A ascensão do número de novos convertidos contrasta com o recente relatório de que mais igrejas europeias estão sendo vendidas e transformadas em mesquitas. Essa procura por novos espaços ocorre justamente para abrigar os milhares imigrantes muçulmanos que entram no continente todos os meses. Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br  Com informações de Daily Mail e The Daily Beast