Promessa do presidente do Egito foi em vão

Este ano, Abdel Fattah Al-Sisi tornou-se o primeiro presidente na história do Egito a entrar em uma igreja cristã na comemoração do Natal. Ele visitou a Catedral de São Marcos, principal igreja do Cairo, dia 7 de janeiro – data do natal no calendário Copta, grupo cristão mais numeroso do país.

Na ocasião, o líder egípcio pediu perdão aos cristãos pelo recente histórico de perseguição. Também se comprometeu a reconstruir dezenas de igrejas e instituições cristãs destruídas nos últimos anos em ataques motivados pelo extremismo religioso.

Mesmo sendo muçulmano, fez um discurso contundente contra o radicalismo, onde afirmou que “Deus nos criou diferentes, na religião, forma, cor, língua, hábito e tradição”.

A notícia foi divulgada e muito comemorada pela mídia cristã. Após a chamada Primavera Árabe, ficou constatado um aumento da violência contra os cristãos. Pelo menos 65 igrejas, escolas e conventos foram incendiados, saqueados ou destruídos, afirmou a Missão Portas Abertas.

Contudo, o Instituto Gatestone que monitora as ações de grupos extremistas muçulmanos, está denunciando que, na prática, as coisas não mudaram no Egito e dificilmente mudarão.

Esta semana é o aniversário de um ano da decapitação de 21 cristãos egípcios pelo Estado Islâmico (EI) na Líbia. Quando o presidente Al-Sisi concordou em construir uma igreja memorial na aldeia de Al-Our – onde viviam 13 dos 21 que morreram em fevereiro de 2015 – ocorreu um protesto violento de radicais muçulmanos.
Eles anunciaram que jamais permitiriam que uma igreja fosse construída ali. Eles gritavam, “O Egito é islâmico!”. Para mostrar sua força, atacaram uma igreja copta com coquetéis molotov e pedras.

Carros foram incendiados, incluindo um que pertence à família de um cristão decapitado pelo EI. Várias pessoas ficaram seriamente feridas. O governo do Egito não tomou nenhuma providência.
Em 1º de fevereiro, Tharwat Bukhit, um cristão que faz parte do Parlamento do Egito, anunciou que existem “aproximadamente 50 igrejas no Egito fechadas por razões de segurança.”

O fato é que sempre que os cristãos tentam restaurar, renovar ou reconstruir uma igreja, são acusados de contrariar a lei islâmica [sharia]. Para os muçulmanos, ela vale mais que a Constituição, que prevê liberdade religiosa.
Quando os muçulmanos radicais se revoltam, como aconteceu em Al-Our, as autoridades locais (muçulmanas) concluem que a única forma de evitar mais atos de violência é proibir a igreja de funcionar, pois ela passa a representar uma “ameaça à segurança”.

Esse tipo de situação ocorre repetidamente em todo o Egito. O exemplo mais recente foi na cidade de Swada, onde uma igreja que estava em construção foi quase totalmente destruída por um grupo de 400 muçulmanos. Após o ataque, a igreja foi fechada pelos mesmos funcionários que haviam concedido as licenças necessárias para a sua construção. Tudo em nome da “segurança”. Os 3.000 cristãos da cidade, cerca de 35% da população, ficaram sem local para cultuar. Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br por Jarbas Aragão FACEBOOK