Ritika estava fugindo do conflito violento quando sentiu as contrações

No último domingo, parceiros locais fizeram uma pesquisa com os números atualizados de vítimas do conflito no estado de ManipurÍndia. Mais de 50 mil cristãos se tornaram deslocados internos, 400 igrejas foram queimadas, 250 vilarejos foram destruídos e 120 pessoas mortas.  

A intensa crise que completa dois meses amanhã, fez com que a cristã kuki Ritika (pseudônimo) fugisse para a floresta ainda grávida. O nascimento do bebê aconteceu na selva com a ajuda de outras cristãs que também estavam fugindo. 

Casa em chamas 

Ritika partiu no dia 3 de maio, quando as ruas de Manipur estavam tomadas por explosões e protestos. A casa da cristã foi reduzida a cinzas. Ela olhou uma última vez para trás e partiu com a sogra, andando o mais rápido que a gravidez avançada permitia.   

“Não estávamos preparados para esses ataques. Vivíamos em Khangol e tivemos que fugir para Kangpokpi. Minha casa estava em chamas diante dos meus olhos. Foi uma cena terrível”, conta a cristã que agora está abrigada em um acampamento de deslocados internos.  

 A chegada do bebê 

“Eu só conseguia pensar no meu bebê, por isso, fugi exatamente como estava. Comecei a ter contrações no caminho. As mulheres que estavam conosco me ajudaram a fazer o parto. Os homens fizeram uma cama de bambu, na montanha, e ficaram vigiando, para nos proteger. As mulheres tinham apenas um pedaço de pano. Foi ali que meu bebê nasceu. Assim que terminamos o parto, os homens me carregaram na cama de bambu porque não conseguia me mexer”, conta Ritika. 

“Nunca vou me esquecer desse dia. Louvo a Deus pelo dom da vida que ele trouxe a esse mundo, mesmo em uma situação tão terrível”, acrescenta a cristã. A sogra de Ritika que esteve ao lado da nora durante o trabalho de parto e continua a auxiliando disse: “Eu perdoo nossos perseguidores. Por causa deles, vemos a mão de Deus em nossas vidas”.

Esperança eterna 

Ritika deu ao bebê o nome da montanha onde deu à luz. Apesar da situação insegura – tendo que dividir comida, abrigo e outros recursos escassos no acampamento de deslocados internos, ela se mantém otimista quanto ao seu precioso bebê.  

“Oro por meu filho porque ele veio ao mundo nesse momento, mas quero que ele viva e veja as grandes coisas que Deus pode fazer no futuro dele. Eu ainda estou com dor por causa da forma que precisei fugir, mas não culpo nenhuma tribo ou comunidade. Sei que tudo aconteceu conforme a permissão de Deus e o Senhor protegeu meu bebê e minha vida”, conclui Ritika. 

Parceiros locais da Portas Abertas continuam visitando e distribuindo ajuda emergencial para cristãos das comunidades kuki e meitei no estado de Manipur. Até agora, mais de 850 cestas básicas foram distribuídas, mas a necessidade ainda é grande. Ore por Manipur 

 Socorra cristãos vítimas de ataques na Índia 

Você pode ser a resposta de oração de cristãos perseguidos na Índia. Com uma doação, você permite que nossos irmãos na fé, como Ritika, recebam alimentos e outros itens de ajuda emergencial e saibam que não estão sozinhos.