O reverendo Michael abriu mão de ser médico para servir como pastor em uma vila pobre em Bangladesh
Fonte: Portas Abertas
O reverendo Michael Kamol Adhikari foi um dos primeiros parceiros locais da Portas Abertas em Bangladesh. Hoje ele é diretor do Instituto de Teologia Cristã de Bangladesh e está muito orgulhoso do que os estudantes alcançaram por meio das orações e apoio de pessoas como você. O reverendo nasceu e foi criado em uma família cristã rica. Antes da divisão entre Índia e Paquistão, seu pai trabalhava como oficial britânico. Após o ocorrido, ele passou a trabalhar para uma organização cristã no país.
Michael foi ensinado sobre a Bíblia e a fé da família, mas não estava interessado em seguir a Jesus. Ele focou no sonho de se tornar médico, o que esperava que trouxesse fama e riqueza. Ele era um dos sete melhores alunos da escola, sendo que cinco deles agora são médicos muito conhecidos.
Quando estava com idade suficiente, seus pais perguntaram a ele se queria ser batizado. Ele disse: “Eu me batizarei quando concordar com o sentido do batismo, senão não posso ser batizado. Por outro lado, eu tomo banho na lagoa onde vocês batizam as pessoas todos os dias”. O pai de Michael ficou muito bravo ao ouvi-lo dizer que batismo e tomar banho são a mesma coisa.
O reverendo viveu alguns dos anos mais turbulentos de Bangladesh. Ele era adolescente quando a Guerra de Independência começou, em 1971. “Muitos cristãos ajudaram os combatentes da liberdade de forma direta e indireta. No começo da guerra, eu mesmo lutei. Os cristãos tiveram um papel importante na guerra. Muitos não cristãos se abrigaram em missões cristãs, que ofereciam abrigo, comida e assistência médica”, explica.
Poucos anos após a guerra ter acabado, Michael teve um encontro com Deus. Em 1973, um avivamento tomou a igreja que a família de Michael frequentava. Muitos foram tocados pelo Espírito Santo e milagres aconteceram. Michael também foi tocado pelo Espírito Santo e isso o transformou.
A melhor decisão
Aula da escola bíblica oferecida em parceria com a Portas Abertas em Bangladesh
No ano seguinte, Michael decidiu que ao invés de estudar para se tornar médico seria pastor em uma vila pobre. Esse não era um trabalho fácil, afinal ele receberia um salário muito baixo que não era suficiente nem para a comida diária. Com frequência, ele fazia apenas uma refeição por dia. “Meus pais ficaram muito tristes. Meu pai costumava escrever cartas, que era a única forma de enviar mensagens na época, dizendo: ‘O que você está fazendo aí? Nós temos comida suficiente em casa, mas você está aí passando fome’.”
Foi uma jornada difícil e desafiadora. “Passei muitas noites sem dormir. Eu orava a Deus dizendo: ‘É a sua vontade, faça o que quiser na minha vida’.” Apesar de tudo, o reverendo nunca desistiu, permanecendo firme na fé. Ele confiou em Deus completamente. “Quando olho para trás, foi uma decisão difícil, mas a melhor a ser tomada.”
Parceria com a Portas Abertas
Michael ouviu falar da Portas Abertas antes da organização iniciar seu trabalho em Bangladesh. Ele estudou teologia em Singapura de 1985 a 1987 e costumava orar por países fechados. “Eu ouvi sobre o Irmão André, o fundador da Portas Abertas, conhecido também como o Contrabandista de Deus.”
Depois, quando Michael trabalhava como diretor de uma escola bíblica em Bangladesh, conheceu dois colaboradores da Portas Abertas que foram visitar o país. “Na visita a Bangladesh, a equipe da Portas Abertas ficou hospedada em nossa escola bíblica. Então meu relacionamento com a Portas Abertas cresceu e me tornei um parceiro. Essa parceria continua até hoje. Eu acho a parceria mais longa da Portas Abertas em Bangladesh é comigo e com o Instituto de Teologia Cristã de Bangladesh. Já são cerca de 25 anos agora. Nós trabalhamos juntos desde o começo da atuação da Portas Abertas no país. Nosso propósito e fidelidade nos tornaram mais fortes e continuam nos mantendo unidos. Nós andamos juntos há muitos anos com o propósito de servir o povo de Deus.”
Pessoas “muito ruins” transformadas
Alunos de instituto que oferece treinamento bíblico em Bangladesh
Suas orações e apoio ajudaram o instituto a treinar e preparar líderes de igrejas em Bangladesh. Michael disse: “Até agora, mais de 250 estudantes se formaram no instituto e a Portas Abertas contribuiu para o crescimento e capacitação desses alunos. Atualmente, eles servem em diferentes denominações e igrejas e em várias partes do país. A maioria deles vem de famílias pobres. Alguns são de famílias recém-convertidas. Outros eram pessoas “muito ruins” e sem controle. Mas essas vidas foram transformadas e se tornaram muito úteis no reino de Deus. Eles agora são parte do ministério de Deus”.
Michael conta a história de Amol, que era considerado um homem muito ruim. “Ele tinha uma longa ficha criminal, além de uma reputação muito ruim entre as pessoas. Ninguém gostava dele. Os outros alunos tiveram muita dificuldade, assim como eu, por causa da arrogância e aspereza dele. Mas, lentamente, o coração de Amol foi transformado e ele se tornou um dos melhores alunos do grupo. Além disso, passou a ser muito educado, humilde, flexível e com coração de servo. Um ano após sua graduação, recebi notícias da igreja de Amol, onde as pessoas estavam surpresas e impressionadas ao verem como ele foi transformado. Ele se tornou um exemplo para os jovens.”
Ele conta ainda a história de um casal de estudantes, Nirmol e Lina. O pastor deles perguntou a Michael: “O que você fez com Nirmol e Lina? Tudo estava bem, mas depois da graduação deles no seminário, estou com problemas. O problema é que eles estão trazendo muitas pessoas para a igreja. Os membros da igreja estão aumentando e eu não tenho espaço para eles. Agora, preciso reconstruir a igreja”. Michael ama falar sobre seus alunos, mostrando seu orgulhoso por eles e suas histórias .
Ajudando novos líderes e cristãos a crescerem
Muitos líderes são formados por meio de treinamento bíblico oferecido pelo Instituto Teológico parceiro da Portas Abertas em Bangladesh
Michael viu o trabalho da Portas Abertas crescer ao longo dos anos por meio de parceiros como ele. “No começo, havia poucas atividades em Bangladesh. Mas agora, existem muitos programas e atividades, além de muitos cristãos envolvidos com a Portas Abertas. Atualmente, a organização trabalha em diferentes áreas, como apoio de estudantes em escolas teológicas, condução de treinamentos e seminários, distribuição de Bíblias e outros materiais e ajuda para pessoas necessitadas.”
O reverendo acredita que o treinamento que a Portas Abertas ajuda a oferecer é realmente importante. “Os cristãos em Bangladesh precisam desse treinamento. Se não forem preparados, líderes e cristãos não podem crescer. Ainda assim, há uma falta de boas lideranças. A Portas Abertas faz um ótimo trabalho nessa área. Há treinamento e capacitação, o que é muito importante no país.”
Ele também vê o apoio aos cristãos ex-muçulmanos como algo muito importante, por ser o grupo que mais enfrenta perseguição no país. “A Portas Abertas faz um ótimo trabalho entre os cristãos ex-muçulmanos, o que é muito importante no contexto de Bangladesh. Eles são a minoria e estão fora das principais igrejas. Além disso, não possuem líderes suficientes para conduzi-los. Mas, por meio da Portas Abertas, esses cristãos crescem por meio de ensinamento bíblico, espiritual e têm se unido. A organização ajuda cristãos ex-muçulmanos por meio de treinamento, ensino, encorajamento, presença e assistência legal. Na minha opinião, a Portas Abertas tem um papel importante e muito positivo. Além disso, também tem um papel muito importante no desenvolvimento de uma versão da Bíblia e na
literatura para cristãos ex-muçulmanos. Gradualmente, as atividades da Portas Abertas no país têm crescido muito.”
Michael agradece porque esse trabalho promove a unidade entre diferentes igrejas em Bangladesh. “As atividades da Portas Abertas se espalharam por todo o país e isso tem levado as principais igrejas e denominações a se unir.” O reverendo é grato porque suas orações e contribuições tornam esse trabalho possível.
“Eu realmente aprecio a Portas Abertas pelo grande trabalho junto aos cristãos em Bangladesh. O impacto é enorme. Muitas denominações e igrejas são beneficiadas em diversas áreas. Eu oro para que a Portas Abertas se mantenha por muito tempo e que muitos cristãos sejam abençoados por meio de vocês.” Ao olhar para o passado, ele declara: “Nunca me arrependi do passado, por não ter me tornado médico. Creio que tomei a decisão certa. Deus é sempre fiel e provê tudo que preciso”.
Suas doações e orações ajudam cristãos bengaleses a saberem que não estão sozinhos ou esquecidos pela família da fé global. Faça a diferença na vida deles.