Até o momento, as chuvas causadas pela ‘tempestade Daniel’ matou mais de 5 mil pessoas e 10 mil estão desaparecidas.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO G1 E PORTAS ABERTAS
Devido às fortes chuvas em decorrência da ‘tempestade Daniel’, a Líbia sofreu várias enchentes e deslizamentos, no último domingo (10). A catástrofe natural causou também o rompimento de duas barragens na região nordeste do país, que já estava inundada, além da destruição de quatro pontes.
Até o momento, cerca de 5.300 pessoas morreram e 10 mil estão desaparecidas, conforme a Federação Internacional da Cruz Vermelha e Crescente Vermelha (IFRC, na sigla em inglês).
A área mais afetada foi a cidade de Derna, que tem uma grande área submersa. Em entrevista a uma TV local, em 12 de setembro, o ministro da Saúde do governo, Othman Abduljalil, descreveu Derna como uma “cidade fantasma” e cheia de corpos espalhados. “Há famílias ainda presas dentro de suas casas e há vítimas sob os escombros”, completou.
‘Necrotérios lotados’
Conforme a CNN, a população vive momentos extremamente difíceis: “Os necrotérios estão lotados e os hospitais não estão mais dando conta”, explicou Priscila Yazbek, jornalista da CNN, ao contar que os familiares estão fazendo o reconhecimento dos corpos na rua mesmo.
A tragédia poderia ter sido evitada, segundo especialistas, já que as inundações atingiram primeiro a Grécia, a Turquia e a Bulgária, antes de cruzar o Mediterrâneo e chegar ao Norte da África.
“Eles dizem que poderia ter havido um plano por parte do governo para evacuar as pessoas da região que foi atingida. O governo líbio está sendo muito criticado”, explicou a jornalista.
O motivo da catástrofe tem ligação com o aumento excessivo das temperaturas do Mediterrâneo e que tem provocado tempestades violentas, além dos incêndios florestais. Especialistas preveem eventos sem precedentes para este ano.
Líbia após a passagem do fenômeno ‘Daniel’. (Foto: Captura de tela/YouTube CNN Brasil)
Sobre o fenômeno ‘Daniel’
O fenômeno tem sido chamado de “tempestade Daniel” porque se desenvolveu na Grécia e recebeu esse nome por lá, pelo Serviço Meteorológico Nacional Helênico.
Daniel também foi apelidado de ‘Medicane’ por ocorrer sobre o Mar Mediterrâneo. O nome do fenômeno foi criado nos anos 1980 com a união das palavras ‘Mediterrâneo e furacão’ em inglês (hurricane).
Na Grécia, a primeira morte por causa da chuva extrema foi no dia 5, conforme notícias do G1. Já naquela data autoridades afirmaram que a tempestade era o “maior fenômeno extremo em termos de quantidade de chuva em 24 horas” desde que a Grécia iniciou os registros.
Os gregos enfrentaram cinco dias de tormentas, que ocasionaram 15 mortes causadas pelas enchentes. A Grécia chegou a ter pontos com 750 milímetros de chuva em 24 horas.
Na Líbia, bairros inteiros da cidade de Derna desapareceram depois que duas barragens antigas colapsaram, segundo o serviço meteorológico líbio. O principal perigo desse tipo de ciclone não são os ventos, mas as chuvas torrenciais provocadas por eles, o que explica as inundações.
Pedido de oração
A Portas Abertas convoca os cristãos de todo o Brasil para interceder pela Líbia e por toda a população que sofre com as consequências do furacão.
Oportunamente, a organização lembra que a Líbia enfrenta uma guerra civil desde que o ditador Muamar Gaddafi foi destituído e morto em 2011.
“Há um governo com reconhecimento internacional com sede na capital Trípoli e outro ao leste da nação. Essa divisão favorece a ação de grupos de extremistas islâmicos e de criminosos organizados”, explicou.
“Além disso, a Líbia é um país que fica na rota de fuga de refugiados da África Subsaariana, que estão em direção à Europa. Enquanto estão no território, essas pessoas são assediadas, ameaçadas pelos jihadistas, sequestradas, vendidas como escravas para o crime organizado e vítimas de tráfico humano”, continuou.
“Os cristãos que vivem no país em 5º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2023 ainda enfrentam perseguição extrema, que pode resultar em morte. Além de serem discriminados pela comunidade e pela família muçulmanas, os seguidores de Jesus são presos pelo governo e alvos da ação dos radicais islâmicos e criminosos”, concluiu.