Apesar da proibição do Estado Islâmico, banda Melody surgiu e fortalece comunidades por meio da música
Fonte: Portas Abertas
Quando o Estado Islâmico invadiu o Iraque e a Síria, tirou o direito da população de cantar ou tocar instrumentos. O sofrimento não podia ser lamentado e os louvores que davam esperança só poderiam ecoar na mente e no coração dos cristãos.
Nesse período, adorar a Deus e edificar pessoas por meio da música tornou-se um ato de resistência. Os jovens cristãos Sam, Farid e Fady decidiram se juntar e expressar o sentimento enquanto estavam deslocados em 2017 em Erbil. Eles fugiram de Qaraqosh quando os jihadistas invadiram a planície de Nínive. “Sem nada para fazer, tendo perdido tudo, a música acabou por ser alimento para a alma. Tocar nos deu energia, pudemos nos sentir vivos novamente”, explica Sam, líder do grupo.
Após as forças do governo libertarem a região do domínio dos extremistas, os músicos que tocam violino, flauta e daf (instrumento de percussão persa) retornaram e recrutaram os vocais. Hoje, a banda Melody louva a Deus e espalha esperança em meio às ruinas da guerra. “Por meio disso, fomos capazes de superar a destruição e restaurar a esperança”, acrescenta Sam.
Fahid canta e toca daf e afirma que não quer sair do Iraque: “Quero continuar a apresentar uma música que ultrapasse o barulho da guerra e da destruição, quero passar uma mensagem ao mundo. A música em geral é o maior impulso para a esperança no futuro. A música é uma linguagem de paz, de amor”.
O grupo musical quebrou outro paradigma quando convidou mulheres para integrar o ministério, pois na cultura local uma mulher não deve cantar publicamente. Isso fez com que Hiba, de 25 anos, enfrentasse oposição. “Apesar da negatividade e das fofocas maldosas, entendemos que devemos continuar. O mais importante é ter um propósito, buscá-lo e continuar a caminhada”, conclui a cristã.
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