Apenas nos últimos dois anos, quase 14 mil igrejas foram atacadas de alguma forma por motivos relacionados à fé em Jesus

Fonte: Portas Abertas

Ruínas de uma das igrejas atacadas no Sri Lanka no domingo de Páscoa em abril de 2019
Ruínas de uma das igrejas atacadas no Sri Lanka no domingo de Páscoa em abril de 2019

Que a perseguição atinge mais de 340 milhões de cristãos no mundo, talvez você já saiba. Mas você sabia que apenas entre 1 de outubro de 2019 e 30 de setembro de 2020 quase 4,5 mil igrejas ou prédios cristãos, entre escolas, hospitais, cemitérios, foram atacados, danificados, bombardeados, saqueados, destruídos, incendiados, fechados ou confiscados por razões relacionadas à fé?

O número caiu em 53% se comparado ao período anterior, que totalizou 9.488 ataques. Porém quando tratamos de ataques às igrejas, é importante considerar também a história recente. Apesar do número atual ser menor do que no último ano, é preciso entender que os 4.488 casos referentes a 2021 não devem ser olhados de forma independente.

A esses casos devem ser adicionados o de anos anteriores, afinal as igrejas atacadas ainda são afetadas atualmente. Por conta disso, tais números devem ser somados, possibilitando o entendimento da gravidade da situação. Sendo assim, apenas nos últimos dois anos, quase 14 mil igrejas foram afetadas.

Os ataques a prédios cristãos acontecem com mais frequência na Ásia, que acumula 77% dos ataques, em comparação a 20% na África e 3% na América Latina. Entre as dez primeiras posições dos países em que ocorreram mais ataques estão: China, Nigéria, Angola, República Democrática do Congo, Etiópia, Ruanda, Bangladesh, Índia, Paquistão e México.

A situação na Argélia

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Hoje, 5 de julho, a Argélia completa 59 anos de independência. O país, localizado no Norte da África, está classificado na 24ª posição da Lista Mundial da Perseguição 2021. E esse é um exemplo de país onde igrejas são atacadas. Nos últimos anos, noticiamos o fechamento de diversas igrejas, principalmente por ordem do governo. O país contabilizou quatro ataques no período referente ao ranking de 2021 e 13 referentes ao de 2020. No total, 17 edifícios foram afetados de alguma forma.

Para entender melhor a situação no país, é preciso estar claro que, em locais onde cristãos enfrentam a perseguição, essa pode ser ocasionada de duas principais formas, por pressão ou violência. A pressão geralmente ocorre em todas as áreas da vida, mas não de forma violenta. Já a violência se manifesta por meio da privação de liberdade física, sequelas físicas ou mentais ou ainda danos a propriedades de cristãos. No caso da Argélia, com base na pressão aos cristãos, o país se classificaria na 20ª posição. Já com o foco na violência, estaria em 47º lugar.

Devolução de prédios

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Um prédio histórico de uma igreja na cidade costeira de Mostaganem, na Argélia, foi devolvido a EPA, uma organização das igrejas protestantes no país. Entretanto, isso não reflete nenhuma mudança na postura negativa do governo quanto aos cristãos. De acordo com um analista da Portas Abertas, a devolução foi uma surpresa. Apesar do veredito judicial em maio de 2019 ser favorável à igreja, não havia nenhuma expectativa de que as autoridades realmente devolvessem o prédio.

Na Argélia, é proibido a realização de cultos em prédios não designados para isso, principalmente porque a comissão de licenças não emitiu uma única licença desde sua criação, em 2006. Desde 2017, 20 igrejas foram obrigadas a encerrar suas atividades. Dessas, 16 continuam com as portas oficialmente lacradas. Além disso, após a flexibilização das restrições da COVID-19, as mesquitas foram abertas novamente, porém as igrejas protestantes não receberam permissão oficial para reabrirem.

Capacite pastores e líderes

Quando igrejas são atacadas ou fechadas, torna-se ainda mais importante o papel dos pastores e líderes para os cristãos locais. Por isso, a Portas Abertas oferece seminários de preparação para a perseguição para líderes de igrejas na Índia, outro país muito afetado pela perseguição. Com sua doação, esses líderes podem fortalecer seus membros mesmo sem contar com uma estrutura física.