A população de Israel será de 18 milhões até 2050, tornando-se, proporcionalmente, o país mais populoso do Oriente Médio. Isso traz consequências sociais e ambientais dramáticas, segundo o relatório “Um Olhar para Israel em 2050”, apresentado durante uma conferência realizada na Universidade de Tel Aviv esta semana.

O relatório analisa os efeitos da alta densidade populacional em Israel e propõe uma série de estratégias para o país, que atualmente tem cerca de 9 milhões de habitantes. Elaborado por renomados especialistas em demografia, economia, planejamento urbano, transporte, meio ambiente, gestão de água e saúde, o documento avalia tendências para as próximas décadas.

“Desde o restabelecimento do Estado de Israel, em 1948, sua população cresceu dez vezes. Atualmente é o país com a maior taxa de crescimento populacional entre as nações desenvolvidas do Ocidente e tem a terceira maior densidade populacional do mundo”, afirma o material. Em 2065, o número de habitantes deve chegar a 20 milhões.

Sem expectativa de aumentar seu território, e com um número crescente de judeus imigrando de diversas partes do mundo, o Estado judeu vê-se diante de uma encruzilhada. De acordo com dados mais recentes do Birô Central de Estatísticas, 6,44 milhões de judeus vivem em Israel, juntamente com 1,52 milhão de muçulmanos. No total, o relatório demográfico conclui que 6,5 milhões de muçulmanos residem entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo. Ou seja, há quase uma paridade entre os dois grupos étnico-religiosos.

O organizador da conferência, professor Alon Tal, ativista ambiental que preside o Departamento de Políticas Públicas da Universidade de Tel Aviv disse que o governo deve parar de incentivar grandes famílias.

“A política pública deve deixar claro que nosso país tem limites físicos e trabalhar para superar os efeitos da alta densidade populacional”, disse Tal, que defende a necessidade de “campanhas para reduzir a taxa de natalidade, especialmente nas comunidades ortodoxas”.

Caso não haja uma mudança de rumos, avalia o especialista, Israel seguirá “em direção a uma situação insustentável de superpopulação e, consequentemente, pobreza”.

“Israel é um estado pragmático e espero que o governo entenda que os tempos mudaram. O número de judeus voltou a ser o que era antes do Holocausto. Nossa sociedade tem que quebrar o tabu de que as crianças são uma bênção e entender que precisamos planejar nossa demografia”, destaca.

Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br