Seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), registrou 71% da preferência desse eleitorado (nos votos válidos, que excluem indecisos, nulos e brancos) em pesquisa Datafolha realiza na quarta (17) e na quinta (18), com 9.137 eleitores de 341 municípios. A média é similar à de levantamento feito na semana passada.
Na quarta, a equipe de Haddad divulgou uma carta endereçada a evangélicos na qual ele se compromete com a defesa da vida e dos valores da família.
A disputa é bem mais apertada levando em conta um recorte exclusivamente católico: 54% preferem Bolsonaro, e 46%, o petista.
Evangélicos concordam num ponto com as demais fatias religiosas do eleitorado: para 76% deles, Bolsonaro é o candidato mais autoritário na disputa, número semelhante ao de católicos e à média de todos.
Autoritário, sim, mas também “o que mais defende a democracia” na opinião de 57% dos evangélicos. Aqui há discrepância com outros grupos. Menos da metade (42%) dos católicos, por exemplo, concordam com essa formulação. No total, 47% do eleitorado pensa assim.
Cerca de 64% dos evangélicos disseram achar “muito importante” que haja debates entre os dois candidatos no segundo turno, índice ligeiramente menor do que a média geral (67%).
O capitão reformado vem se esquivando de confrontos com o oponente, alegando estratégia política (de Fernando Collor a Lula, líderes em pesquisas costumam faltar a debates) e motivos médicos (ainda se recupera da facada que tomou em setembro).
Para 70% dos evangélicos, Bolsonaro deveria ir, sim, a debates, contra 73% do total de entrevistados.
Quase metade (49%) dos seguidores dessa fé veem o presidenciável do PSL como aquele na disputa que mais defende os ricos. O índice, contudo, é menor do que a média entre todas as religiões (55%).
Quando questionados quem mais lutará pelos mais pobres, Fernando Haddad leva a melhor se comparado a Bolsonaro: 44% vs. 40%.
A margem, porém, é muito mais larga entre católicos: 58% deles escolhem o petista como o mais comprometido com as classes de renda inferior, contra 26% que apontam o militar reformado.
O candidato do PSL é de longe o “mais preparado para combater a violência” na visão dos evangélicos: 74% acreditam nisso, dez pontos percentuais acima do total de eleitores questionados.
A vantagem se repete quando os entrevistados respondem quem está mais apto a melhorar as áreas de educação e saúde, a diminuir o desemprego e a fazer o Brasil crescer, com evangélicos tendendo a uma visão bem mais positiva de Bolsonaro.
O capitão reformado é mais bem visto por evangélicos também quando se põe em xeque qual candidato é mais inteligente. Para 55% deles, seria Bolsonaro. Na média, 44% concordam com isso.
Evangélicos (30%) e católicos (55%) formam o maior bloco religioso do país.
Os demais grupos religiosos representam uma parcela menor da população e, portanto, a amostra obtida pelo levantamento não é suficiente para extrair um percentual para cada um desses segmentos separadamente.
A margem de erro do levantamento, contratado pela Folha e pela TV Globo, é de dois pontos para mais ou para menos.
Fonte: Folha de São Paulo