Ainda que a legislação uzbeque afirme que os cidadãos são livres para professar qualquer religião, os cristãos não são bem vistos na Ásia Central

Fonte: portasabertas

Como líder da igreja no Uzbequistão, o pastor Oleg* enfrenta muitos desafios. Mais de 95% da população uzbeque é muçulmana, e os cristãos são vistos como seguidores de uma seita alienígena que tem como objetivo destruir o atual sistema político. Nenhuma atividade religiosa, além das instituições estatais e controladas pelo Estado, é permitida no país, e igrejas não registradas enfrentam incursões policiais, prisões e multas. 

No Uzbequistão, país da Ásia Central, os cidadãos de origem muçulmana que decidem seguir a Jesus são vistos como traidores. A maioria dos membros da igreja dirigida pelo Pastor Oleg são ex-muçulmanos. Ao receber um convite para um retiro em outra parte da Ásia pelos colaboradores da Portas Abertas, pedimos a ele que nos contasse sobre a vida como cristão no Uzbequistão e como podemos orar por ele e por outros cristãos em seu país.

Ao ser perguntado se é difícil obter status oficial da igreja cristã no Uzbequistão, pastor Oleg revela: “Oficialmente, em nosso código estadual, vivemos em um país livre e com liberdade religiosa. Assim, o processo de registro de qualquer comunidade religiosa que consista em cerca de 50-100 pessoas é possível e eles têm o direito de fazê-lo, mas na verdade é um processo muito difícil e longo, pois é necessário coletar muitos documentos diferentes, e o mais importante deles é a lista dos membros com informações detalhadas”.

Mas não é tão simples assim. “Quando o comitê religioso do Estado recebe essa lista de membros, eles começam a agir. Mas você acha que eles começam o processo de registro? Não! Os trabalhadores do comitê religioso iniciam o processo de punição. Eles dão a lista à polícia, que começa a abalar os cristãos, especialmente se os membros são ex-muçulmanos – uzbeques étnicos ou tadjiques, por exemplo”, revela o pastor.

O processo de registro de igrejas no Uzbequistão simplesmente não acontece, pois os cristãos têm suas casas invadidas no meio da noite, além de enfrentarem interrogatórios em delegacias de polícia. “Somente se todos os cristãos permanecerem firmes durante este terrível período e não renunciarem sua fé, a comissão continua considerando os documentos para registrar a igreja”, esclarece o pastor Oleg. 

*Nome alterado por segurança.