Militantes do Estado islâmico deram um golpe final na população cristã deslocada do Iraque. Eles queimaram milhares de casas antes de saírem dos territórios ocupados. Os extremistas passaram mais de dois anos ocupando a região e quando finalmente se renderam, incendiaram as casas na planície de Nineveh antes de irem embora. As informações são do World Watch Monitor.

Muitos cristãos estavam esperando retornar para suas casas, mas mesmo com as forças do EI não estando mais no local, a destruição causou um duro problema para os nativos. “É isso. Tudo se foi”, disse um homem que só conseguiu salvar alguns livros, sapatos e fotos de sua casa, em Bartella, uma cidade cristã recentemente libertada.

Sua família foi forçada a fugir após a invasão do Estado Islâmico no verão de 2014. Mas eles permaneceram no campo de refugiados de Ashti, no Curdistão iraquiano, com a esperança de um dia voltariam para casa. A libertação de algumas cidades na Planície de Nínive, em outubro, despertou esperanças para muitas famílias. Agora, porém, a casa deste homem foi destruída, e com ela os seus sonhos.

“Tudo se foi, não temos mais nada. Porque deveríamos ficar mais tempo aqui?”, disse ele. “Nós perdemos toda a esperança. Será que existe algum país disposto a nos receber? Por favor, me diga qual que partiremos no próximo avião”, colocou.

Casas destruídas

Em cidades cristãs como Bartella, Qaraqosh e Karamles, cerca de 80% das casas foram completamente destruídas por bombas, sendo queimadas. Isso fez com que elas se tornassem inabitáveis. Um voluntário avaliou o dano em Qaraqosh: “Na maioria das casas, todos os quartos foram queimados completamente”, disse ele. “Exceto, estranhamente, as cozinhas. É claro que tem sido uma estratégia organizada”, ressaltou.

Thabet, um sacerdote de Karamles, disse que a destruição foi feita apenas algumas horas antes das forças do EI saírem da região. “Parece que eles queriam ter certeza de que nada de valor permaneceria”, disse ele. “O efeito é um crescente sentimento de desesperança entre os cristãos quando eles descobrem os danos. Eles realmente precisarão de tempo para se recuperar desta notícia. Para se adaptarem à nova perspectiva de viverem refugiados por mais tempo que eles esperavam”, disse.

A devastação claramente causou mais do que apenas danos físicos. “As pessoas têm a sensação de que sua história foi apagada”, diz ele. “Eles se sentem emocionalmente abaladas por causa disso”.

Thabet ainda tem a esperança de restauração e trabalho com a ajuda de voluntários. A organização cristã Portas Abertas está apoiando a abertura do primeiro Centro de Apoio e Encorajamento, que facilitará o retorno daqueles que foram deslocados e se sentem prontos para retornar.

No entanto, a estrada será longa. “Não há eletricidade, água, nada. Você sabe o quão difícil é começar a limpar as coisas sem água? Este processo vai demorar mais do que algumas pessoas esperavam”, disse ele.

O EI também não foi aniquilado e a violência ainda circunda os territórios libertados. Thabet diz: “Toda a comunidade internacional tem de encontrar uma solução para os cristãos aqui. Precisamos nos preparar para um longo período de reconstrução, mas creio firmemente que este é um terreno cristão e vou trabalhar duro para ajudar os cristãos a retornarem para este lugar e se Deus quiser, viver aqui em paz”, finalizou.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN TODAY