Pesquisas da Portas Abertas indicam que os países da África Subsaariana onde COVID-19 causa mais estragos também são os países onde a perseguição aos cristãos é mais alta

Fonte: Portas Abertas

O Sudão do Sul, a República Democrática do Congo, o Sudão, a Nigéria e os Camarões são os mais vulneráveis ao vírus, de acordo com o Africa Center, uma instituição acadêmica do Departamento de Defesa dos EUA que se concentra em questões de segurança relacionadas à África.

O que eles têm em comum são fatores de risco, como sistemas de saúde fracos, falta de transparência do governo, conflitos contínuos dentro de suas fronteiras e uma alta concentração de pessoas deslocadas. Todos eles também aparecem na Lista Mundial da Perseguição 2020, que classifica os 50 países mais perseguidos no mundo – Sudão (7º), Nigéria (12º) e Camarões (48º) – ou na Lista de Países em Observação – Sudão do Sul e Congo – dos países onde é mais difícil viver como cristão.

Um dos grupos vulneráveis são os pastores que trabalham nas áreas de população mais pobre ou que passam por suscetíveis conflitos. “Eles dependem muito de ofertas e doações dos membros da igreja para obter renda. Como são forçados a parar de trabalhar e frequentar a igreja, os pastores terão grandes dificuldades em alimentar suas próprias famílias”, disse Jo Newhouse, porta-voz da organização na África Subsaariana. Outros cristãos provenientes de áreas como o “Cinturão do Meio” da Nigéria, onde os ataques estão em andamento, vivem em campos de refugiados onde o distanciamento social é impossível ou são forçados a permanecer isolados vulneráveis a seus perseguidores.

Culpa

Em algumas áreas, os cristãos são acusados por causar a pandemia. Até agora, a Portas Abertas recebeu esses relatórios de Uganda e Burkina Faso. Além disso, na Somália, o grupo extremista islâmico al-Shabab está alertando os muçulmanos que os cristãos são transmissores da doença.

“Mensagens como essa são muito aterradoras para o Corpo de Cristo na Somália, que consiste em um punhado de cristãos que são forçados a praticar sua fé em absoluto sigilo”, disse Newhouse. “Eles são constantemente espionados em busca de sinais de apostolado do Islã. Punição é frequentemente a morte. Essas mentiras só podem adicionar complexidade a circunstâncias já difíceis”.

“Desde o início da Igreja, os cristãos têm sido bodes expiatórios por desastres naturais”, disse Ron Boyd MacMillan, chefe de pesquisa estratégica da Portas Abertas. “Pelo incêndio que destruiu Roma em julho de 64 D.C. e a praga que devastou o império romano em 180 D.C., os cristãos foram injustamente culpados e a perseguição aumentou. Minorias religiosas – especialmente aquelas que têm que praticar sua fé relativamente ‘subterrânea’ – vêm para um opróbrio especial nesses tempos, e o Covid-19 não é uma exceção”, explica.

Você pode ajudar

Em tempos de pandemia, em que os cristãos perseguidos por sua fé têm que enfrentar ainda mais adversidades, a subsistência tem sido um grande desafio.

As campanhas da Portas Abertas pode ser um caminho para você participar da vida desses irmãos e ajudá-los a passar por esse período. Acesse www.portasabertas.org.br