O dia 7 de janeiro é lembrado anualmente como o Dia do Leitor, data que homenageia principalmente os destinatários dos autores, que se dedicam aos livros, à maravilhosa aventura de viajar mentalmente pelas histórias, pelo aprendizado, pela cultura e pela diversão.

Essa é uma comemoração Brasileira, surgida a partir do aniversário do jornal cearense “O Povo”, que foi fundado em 7 de janeiro de 1928 pelo poeta e jornalista brasileiro Demócrito Rocha.  Dentista, funcionário dos Correios e telégrafos, intelectual, deputado federal e jornalista combativo, fundou, em 1929, o órgão literário Maracajá, tido na terra de Alencar como a “revista literária que o paladino e trincheira do movimento modernista no Ceará”.
Quando Demócrito Rocha fundou o jornal diário O Povo, que se transformaria numa espécie de cartão de visita do Ceará, o Maracajá passou a circular como um dos seus suplementos.
Por um lado, O Povo combatia os “desregramentos políticos da época”, e por outro, o Maracajá abrigava a produção dos poetas e intelectuais da terra, onde o próprio Demócrito Rocha publicou a maioria de seus poemas, curiosamente sempre assinados com o pseudônimo de Antônio Garrido.
Poesia de forte cunho telúrico, senão regionalista, para quem praticou tal arte pelo final da década de 20, a ousadia do poeta se revela nos seus versos livres, com uma dicção discursiva e vocabulário numa mistura de requinte e simplicidade.
Lamentam ainda hoje os cearenses, que a obra poética de Demócrito Rocha não tenha sido recolhida em livro, em edição sistemática e estudo analítico. Pelo menos um de seus poemas, O Rio Jaguaribe, ganhou foros de imortalidade, aparecendo em várias antologias.
Demócrito Rocha pertenceu à Academia Cearense de Letras, e morreu em Fortaleza no dia 29 de novembro de 1943.