Moacir Fermino disse que sempre pede ajuda a Deus para resolver as investigações

Nos últimos dias, o caso das crianças esquartejadas em um templo satânico no Rio Grande do Sul vem atraindo a constante atenção dos órgãos de comunicação. Durante uma entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o delegado Moacir Fermino, responsável pelas investigações da Operação Revelação, fez afirmações surpreendentes sobre como solucionou o caso. O programa pode ser escutado na íntegra AQUI 

Identificando-se como um “servo de Deus”, o delegado evangélico declarou que profetas teriam lhe indicado os caminhos para a investigação, mostrando até quem ele deveria ouvir.

As duas crianças mortas no ritual foram encontradas esquartejadas em setembro de 2017, na cidade de Novo Hamburgo. Durante meses o caso não teve avanços significativos, mas nos últimos dias foi solucionado e resultou na prisão de quatro pessoas, e o indiciamento de outros três, que estão foragidos.

– Essa pessoa que passou é profeta de Deus e estava comigo no carro e disse: ‘Deus tem uma revelação para ti’… Quando cheguei à delegacia e desci do carro, um outro profeta de Deus me ligou. Ele disse: ‘Delegado Fermino. Vem aqui que tenho tudo para te passar dessas crianças que foram encontradas’… Aí eu fui lá e anotei em um caderno. Foram passadas várias testemunhas e pessoas que dariam informações. Fomos atrás dos indícios — explica o delegado.

Logo em seguida, os entrevistadores da rádio Gaúcha questionaram se essa “revelação divina” do crime não fugiria das questões técnicas de uma investigação.

“As pessoas são estranhas, não acreditam em Deus. Eu tenho fé. Ele revelou pelos seus profetas”, resumiu Firmino. Em seguida, disse que teve “revelações” para solucionar crimes no passado. “Muitos outros. Para homicídios e outros crimes. Eu já cheguei a me ajoelhar na igreja e pedir a Deus”, contou.

Investigação polêmica

As declarações do delegado imediatamente geraram polêmica na Polícia. O diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegado Fábio Motta Lopes, num primeiro momento disse que aqueles que Fermino chama de “profetas” eram informantes que repassaram informações importantes para o desvendamento do caso.

Entrevistado pela rádio Gaúcha, Wendt declarou: “Não são efetivos dentro da técnica de imparcialidade necessária para uma investigação. A necessidade agora é que se faça avaliação técnica policial do inquérito”.

A advogada do bruxo, Denise Dal Molin Pellizzoni pediu a liberdade do seu cliente, alegando um suposto “abuso religioso” do delegado Moacir Fermino durante as prisões. A Polícia Civil sustenta que possui provas periciais e testemunhais, e que a crença do delegado não prejudicou a investigação. O juiz que determinou a prisão preventiva também elogiou a apuração policial, dizendo que há provas concretas. Com informações de Gaúcha ZH

Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br