A Bíblia fala do Bálsamo de Gileade. Era uma planta real da Terra Santa antiga, usada com fins medicinais, cosméticos e até mesmo em rituais de adoração no Segundo Templo de Israel. Agora, um agricultor israelense moderno está revivendo essa agricultura bíblica, juntamente com o incenso e a mirra, mas também está obtendo alguma resistência.

O agricultor Guy Erlich é considerado um visionário e possivelmente será o provedor de plantas necessárias para incensos no Terceiro Templo, que já está em fase de planejamento, em Israel.

Erlich falou sobre sua fazenda, onde tem buscado resgatar o cultivo da planta histórica, citada na Bíblia.

“Esta é a Fazenda bálsamo da Gileade”, disse Erlich à CBN News, mostrando sua plantação. “Este é o berçário, a visão era fazer a agricultura do Bálsamo de Gileade e depois fazer dela uma um produção em escala maior”.

Erlich ainda está nos estágios iniciais, cultivando mudas da planta, mas já está ajudando a transformar um trecho do deserto em plantação, perto do Mar Morto e de Jericó.

“Ao longo dos anos, construí uma coleção de raras plantas bíblicas, com fins cosméticos e medicinais. Eu entendi que existem plantas mais interessantes em minha coleção, que têm potencial para beneficiar a humanidade”, destacou.
Histórico
Durante 1.000 anos, os agricultores hebraicos antigos foram os únicos no mundo, conhecidos para cultivar esta planta exótica, usando-a para fins medicinais e cosméticos. Agora, a aventura biotecnológica de Erlich está revivendo esta prática.

“Eles sabiam como fazer dessa planta a medicação mais importante do mundo antigo, um perfume que era considerado o melhor perfume do Império Romano”, explicou Erlich. “Conta-se que foi o primeiro ingrediente do incenso do Templo Sagrado e desde o período do Segundo Templo, [foi usado] como o óleo de unção dos reis de Israel. No sexto século, ela desapareceu daqui, juntamente com o povo judeu”, contou.

Erlich conseguiu sua primeira muda da planta com um cientista alemão que a levou da Arábia Saudita para Israel. Curiosamente, as plantas que ele cultiva estão crescendo bem, apesar das diferenças climáticas, como o calor intenso e também o solo salgado às margens do Mar Morto.

“Eu acredito que no futuro, elas serão usadas como um remédio”, destacou Erlich. “Além disso, também pode servir como o primeiro ingrediente do incenso no Terceiro Templo”.

Erlich tem seis hectares de mudas do Bálsamo de Gileade plantados até agora e outras 5.000 plantas já prontas para serem cultivadas.

“Agora eu sou o único – e o maior – fazendeiro de bálsamo de Gileade no mundo”, disse ele.

Bálsamo de Gileade. (Foto: Sedds of Seal)
Obstáculos
Apesar de sua empolgação sobre sua iniciativa de resgatar o cultivo dessas plantas, Erlich também está enfrentando grandes desafios. Sua plantação está na área onde a Bíblia cita como a região da Judeia, atualmente conhecida pelo mundo como a Cisjordânia. Isso tem assustado uma empresa americana que manteve uma parceria com Erlich por anos. Uma das razões para deixar os investidores receosos: a reação do movimento anti-Israel ‘BDS’ (‘Boicote, Desinvestimento e Sanções’).

“Sinto muito por esta empresa – que se rendeu a este movimento perverso – mas o que posso fazer sobre isso?”, questionou o agricultor. “Creio que eu posso continuar sem eles”.

Erlich teve que demitir seus trabalhadores israelenses e palestinos e confiar em voluntários como Kinneret Norin e alguns outros amigos, que passaram uma semana em suas terras, removendo ervas daninhas, entre outras coisas que poderiam prejudicar a plantação.

“Se isso é o que podemos fazer para ajudar e tornar o mundo melhor ao final de tudo, então este esse é o nosso trabalho”, disse Norin.

Erlich não está se intimidando diante das adversidades. Seu objetivo é iniciar um centro de pesquisa e desenvolvimento para plantas medicinais, que ele espera que irá beneficiar o estudo sobre as Flores do Deserto.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA CBN NEWS